Saudade tenho de ti, meu bem ausente,
que em sonhos vem, sutil, me consolar;
tua lembrança é chama persistente,
que arde em meu peito e não quer apagar.
Tua voz, eco brando em minha mente,
é canto antigo a me embalar no ar;
teu vulto é sombra doce e transparente,
que ao vento insiste em me procurar.
Oh, se puderas tu, de além do tempo,
romper o véu da tarde e me mirar,
verias quanto amor ficou suspenso
nas horas que não voltam, a esperar.
Pois cada suspiro meu, cada tormento,
leva teu nome ao céu — sem se calar